Durante muitos séculos a Europa foi berço de homens santos. Dentro do mapa europeu há países que se
distinguiram por dar à Igreja grandes homens: santos, fundadores de congregações, reformadores...
Neste sentido a França ocupa um lugar de destaque. E foi na França que nasceu nossa Congregação: por isso é conveniente que você
saiba algo de sua situação histórica, social e religiosa nos séculos XVIII e XIX. Isto o ajudará a conhecer melhor essa Congregação tão
próxima de você.
A França é em país estrategicamente situado no mapa da Europa. Seu coração é Paris, da qual partem, como veias e artérias, todos os
caminhos. Um deles nos leva a Poitou, antiga província da França, cujo centro mais importante é Poitiers. Ai, em 732, Carlos Martel derrotou
e conteve os árabes.
Nesta bela cidade, nasce, em 11 de agosto de 1767, nossa Fundadora, Enriqueta Aymer de La Chevalerie. A poucos quilômetros está o
povoado de Coussay-les-Bois. Em 1791 tinha apenas 1400 habitantes e era um lugar tranqüilo. Em 1768 nascia lá o nosso Fundador, José Maria
Coudrin.
Naqueles anos, a França era um país alegre e seguro. A sociedade do século XVIII vivia encerrada na tradicional pirâmide de classes
sociais. O poder estava nas mãos do rei e da aristocracia. Esta, que possuía muitos bens da nação, vivia feliz pululando ao redor da corte e
dedicada a seus interesses pessoais. A França, desde o reinado do Rei Sol, Luís XIV, era uma grande potência. Mas nela estava se formando
uma grande tempestade; como nuvem negra que ameaça tormenta, como abutre que espreita sua presa; assim veio a Revolução.
Foram-na preparando, os nobres com sua oposição à elevação dos impostos, a burguesia que queria mais campo de ação, os filósofos que
pediam uma nova ordem de coisas e os trabalhadores e pequenos proprietários fartos de recaírem sempre sobre eles a pior parte. Como uma
presa que se liberta, assim o povo se lançou à tomada da Bastilha, prisão do Estado, em 14 de julho de 1789. A sorte da monarquia estava
lançada.
Em 1791 se proclama a nova Constituição, que seria modelo para a maior parte dos países no século XIX, e em 21 de janeiro de 1793
rolava, cortada pela guilhotina, a cabeça de Luís XVI. A partir desse momento, a França vive um processo revolucionário no qual, além da
luta pelo poder, se pretenderá acabar com o velho regime e suas características. Os revolucionários querem fazer uma França nova e para isto
não duvidam em acabar com aquilo que, pensam eles, se opõe às suas aspirações: os nobres, a Igreja, os privilégios, a autoridade...
Napoleão, surgido da Revolução, mas com uma visão de Estado muito mais realista e ordenada, proclamará o Império, e fará da França
o orgulho da Europa. Para este momento, em 1804, a Madre Enriqueta havia estabelecido comunidades em Mende, Cahors, Picpus, Lavale e Le Mans
e o Padre Coudrin já estava exercendo seu ministério como sacerdote. Este era, a grandes pinceladas, o ambiente da França que lhes tocou
viver. Nela se fundou a Congregação dos Sagrados Corações!
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