Congregação dos Sagrados Corações


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sscc_044 Nas "Fronteiras" da Igreja

Os irmãos da Congregação, urgidos internamente pelo amor de Cristo que não tem fronteiras, chegaram desde o início até lugares difíceis, em busca do mais distante e abandonado.

Foi assim que partiram, na precariedade daquelas viagens, para as llhas Havaí, com pouca preparação e escasso instrumental. Partiram levando simplesmente o fogo do seu coração.

Assim chegou o Pe. Damião aos mais pobres dos pobres, os leprosos de Molokaí. Chegou para amá-los e servi-los. Amou-os a tal ponto que se tornou leproso por eles e com eles, preferindo não recuperar a saúde antes que abandoná-los.

Assim hoje em dia os irmãos e as irmãs SS.CC. chegam até bairros paupérrímos, trabalham com enfermos de AIDS, leprosos, deficientes físicos e mentais, e se colocam disponíveis para ir a lugares extremos, desde Ayaviri no Peru até o Congo na Africa.

O religioso/a dos Sagrados Corações se sente atraído pela possibilidade de chegar a essa imensa multidão de povos não evangelizados ou dos ambientes secularizados dos países tradicionalmente católicos.

A Igreja de hoje se tornou sensível com respeito à necessidade de evangelizar o homem enquanto condicionado pelo seu contexto cultural. Esta consideração faz com que ela seja respeitosa do conteúdo de cada cultura e a obriga a revisar a "embalagem" cultural na qual transmite a própria pregação do Evangelho.

Frente a essas realidades culturais, a Igreja de hoje se esforça por entendê-las a partir de dentro, para depois caminhar com elas, e assim formular adequadamente a Boa Notícia a partir desta realidade cultural. Assim ela pode ratificar e favorecer os aspectos positivos dessa realidade e denunciar o que parece proceder do pecado.

A imensa multidão que não está na zona de influência da Igreja, os que devido à sua situação cultural não reconhecem a Jesus como Filho de Deus, ou que não vêem a Igreja como família de Deus, sentem freqüentemente com relação à Igreja uma repugnância adquirida em seu ambiente, em sua educação ou nas experiências negativas de sua história pessoal.

O religioso(a) dos Sagrados Corações quer chegar até eles pelo menos com a sua amizade ou solidariedade, sobretudo com o Amor que vem do Coração de Cristo, sem pretender convencer ou converter, simplesmente para acompanhar às pessoas em seu caminho humano.

Poderá algumas vezes consolar, retificar erros, mostrar questões morais que podem ser clarificadas com a mera consciência humana. Poderá também mostrar valores pelos quais vale a pena lutar, dar testemunho silencioso do Senhor Ressuscitado e comunicar a experiência de um amor gratuito, experiência para muitas pessoas desconhecida.

Estes caminhos que estão além das fronteiras da Igreja continuam abertos como uma interpelação constante e inquietante. A partir deles, é possível que mais adiante o religioso/a dos Sagrados Corações chegue a maiores contatos ecumênicos de pura presença e testemunho, ou a ser testemunha do amor em meio a raças e nações com ódios guardados há séculos.

Ou chegue talvez a exercer a sua ação evangelízadora partindo não dos quadros estabelecidos nas velhas cristandades, mas recriando a Igreja como autêntica novidade do Espírito, sem pretender, portanto, reproduzir a casca de um catolicismo gastado, mas ajudando a suscitar comunidades seguídoras de Jesus com a brisa jovem do Espírito.

Para isso, pretenderia aproximar-se das pessoas cheio de respeito, com a disposição de escutar mais que de falar, com o coração mais que com a mente, indo ao encontro do não-crente sem nenhum afã de conquista. A isso o move o dinamismo do Coração de Cristo, que se tornou o seu próprio coração.

Pablo Fontaine ss.cc. (Chile)

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